Not feeling the rain.

Eu sou uma pessoa que vive na auto-crítica. Eu duvido demais de mim mesma, de qualquer capacidade minha. Eu detesto tudo o que eu faço, jogo fora a maior parte dos meus desenhos, eu tenho horror das coisas que eu digo geralmente. O que acontece com isso é que eu nunca faço nada, absolutamente. E vivo me criticando por não fazer nada.
Ser tão dura comigo mesma me deixa presa nesses micro-universos que eu acabo criando pra mim, na tentativa de me proteger e de me contentar com algo. O que é bem triste.
E apesar de tudo isso, a pior coisa do mundo é quando alguém me julga. Sabe, é como se apenas eu pudesse. Mesmo que eu seja de longe mais cruel, pelo menos sou eu. Eu sei do que eu to falando, quem vai me conhecer melhor? E dói mais ainda quando é alguém que eu amo e que tem defeitos parecidos com os quais me julgou.
De qualquer forma, funciona. Digo, a gente se xinga, se rasga, se quebra, mas nunca quebra QUEBRA mesmo. Só quando alguém de fora diz. Como se confirmasse o que a gente sempre suspeitou, "hmm sempre me achei perdida mesmo, então é verdade!".
E nisso eu tento achar alguma força, depois de ter chorado horrores e ter brigado feio - ué, eu posso me odiar, mas não levo desaforo mesmo! - É engraçado como eu funciono, e tentar me entender é meu objetivo em vida. Obviamente é algo que nunca vai se concretizar e eu nunca vou ter controle total de mim mesma. Paciência.
A minha confusão mental me faz perder o ponto de onde começam as coisas. E depois eu perco o porque, o como e o quem, ficando não num vazio, mas sim numa mistura absurda de coisas a fazer, pensar e/ou criar. Eu queria muito mesmo ser diferente, ser capaz de iniciar uma tarefa e concluí-la. Mudar de cidade ajudou um pouco: hoje em dia eu consigo arrumar todo meu quarto. Mas as outras coisas como louças e faxinas acabam ficando pela metade - ainda bem que moro com outras pessoas, compreensíveis.
No mais, eu ando perdida demais. Eu não leio, não estudo, não trabalho,me alimento mal, durmo demais, durmo de menos, não desenho, não pinto, não crio, não vou a lugares novos, não conheço coisas que ainda tenho pra conhecer. E eu achava que ia fazer tudo isso depois que fugisse do marasmo de Rio Grande.
Eu tenho tentado aceitar esses meus distúrbios, de forma a encontrar outros sistemas não convencionais de viver. Talvez trocar os horários, as prioridades, criar meus pequenos caos organizados. Sei lá.

Anyway, espero que essas coisas mudem, que hoje seja o grande dia, que o maior insight da minha vida me faça cair na real e me dê a mesma força que tive pra sair de casa pra realizar/mudar/mutar/criar o que eu quero e o que eu preciso.
Tomara.

2 Responses so far.

  1. Thai says:

    me sinto assim. geralmente não é bom.

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