Enlouquecida estava, descontrolada, por dentro tempestades. Chorou seco, engoliu forçado, ao que dizia calmamente. Não dá, não dá mais. Te faço mal, te causo dor. Me deixa, nos deixa. O silêncio seguiu por alguns minutos, então a discussão estourou. Não! Não deixo, porque te amo! Amor não é tudo. Amar basta! Não se vive só de amor. Se vive! Não, precisa de mais, em relação. Então o que decides? Não sei. Não sabe? Eu também não sei. O que fazemos? Não fazemos. Deixamos quieto, calmo. Só respiramos, deixamos ir, esta bem? Sim, quero respirar. Então, pegou a outra nos braços, afagou e respirou. Respirou pela primeira vez em meses. Sentiu a calmaria no oceano da sua mente. Cheirou os cabelos curtos dela, e sentiu novamente. Fagulhas. Lembrou a pele, o quente dos lábios. Procurou a boca, encontrou a língua. E no fazer amor novamente, tímido, o primeiro de um recomeço, reencontrou seu prazer, sua vontade.
Caladas, ofegantes, cansadas de forçar. Juntaram as mãos e dissolveram na cama, cobertores quentes se fundindo à pele. E dormiram.